segunda-feira, 14 de março de 2011

Fenarroz precisa se reinventar. E já!


Fórmula do evento cansou e recado dos expositores foi muito claro: feira menor, festa separada!
 Parque tomado de visitantes: proposta é de três dias para negócios e quatro para festas
A 16ª Feira Nacional do Arroz foi uma edição cansada e pronta para ser reinventada. A tentativa de adaptar-se ao conceito de multifeira não deu certo e o recado de alguns expositores mais tradicionais foi bem claro: o evento é muito longo para uma feira de negócios. Já os populares têm outra opinião: faltam atrações para garantir a presença do povão. Elevar o edredom ou fechar o parque para negócios? Esta é uma equação que o presidente Érico Razzera e sua equipe de abnegados voluntários terão de resolver até 2012, na 17ª Fenarroz.
A fórmula cansou, tanto que nem para palanque eleitoral serviu este ano. A governadora Yeda Crusius, que é candidata a reeleição, não veio a Cachoeira nem viu necessidade de aproveitar politicamente o debate arrozeiro. Os demais candidatos, que sempre cavam espaço para mostrar suas plataformas, nem cogitaram a visita. Dilma Rousseff, candidata a presidenta, que poderia vir a Cachoeira para encerrar a feira e inaugurar solenemente a Granol/Grandiesel, conforme comentários, nunca agendou-se para a Fenarroz, o que talvez explique a ausência dos líderes petistas, que foram mais assíduos em outras edições da feira.
Entre os expositores maiores, muita reclamação quanto à falta de estrutura da feira: defasada e não mais condizente com os milhões que são negociados embaixo de toldos inundados de água, em pisos embarrados e grama molhada. Não coincidência, esta foi a primeira feira em que nenhuma empresa solicitou a presença da imprensa para registrar negócios fechados nem os bancos divulgaram seus tradicionais balanços positivos de financiamento. Quase dava para tocar o constrangimento geral estacionado no ar.
PRESTÍGIO - A queda de prestígio e na avaliação do expositores, entretanto, não é uma novidade. Em 2008, vários industriais fizeram as mesmas críticas, mas nenhum deles pretendia dar declarações oficiais. A paciência acabou este ano e, na primeira chuva, os repórteres foram requisitados. A bronca dos banheiros, por exemplo, é sintomática. Ao mesmo tempo em que a cada dois anos é alardeada que a feira é a maior de todos os tempos, na contramão nenhum vice-presidente consegue relatar algum investimento significativo no parque. Quando o JP quis dar o outro lado desta acusação, a Fenarroz primeiro proibiu que qualquer informação fosse dada ao jornal. Depois proibiu que qualquer profissional do JP colocasse os pés na secretaria. Nem deu para conferir as ironias de alguns expositores de que os lucros das últimas feiras teriam sido investidos em TVs de plasma, aparelhos industriais de ar-condicionado para as salas administrativas da feira e também reformas no banheiro. Ficou a lenda.

Jornal do Povo

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